.

.

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Basicão de auxiliar bibliotecário - 3ª parte

Boa noite a todos que me acompanham neste blog!
A matéria de hoje será continuação do post Basicão de auxiliar bibliotecário para o cargo de auxiliar bibliotecário.
Vamos começar?

5. Armazenagem da documentação, preservação do acervo

Os livros são guardados nas estantes de acordo com sua classificação, no que se chama de ordem relativa. Ou seja, a ordem do livro é relativa ao seu assunto. É preciso atentar para a correta ordem de arquivamento do sistema decimal utilizado pela biblioteca.
Além da ordem relativa, existe a ordem fixa, ou sistema de localização fixa. Se diz fixa pois cada livro tem o seu lugar garantido e preservado na estante. Tipo – Corredor X, Estante 3, Prateleira 4, Posição 7 (este é apenas um exemplo ilustrativo). Quando o livro é retirado do seu local, é colocado um objeto para guardar o seu lugar.
Esse objeto é chamado de “fantasma”. Outro ponto importante sobre localização fixa é que, em geral, as bibliotecas que a utilizam trabalham com os acervos fechados ao público. Apenas os funcionários é que tem acesso ao acervo. Faz sentido pois para um usuário interessado em um assunto específico é muito mais difícil achar livros daquele assunto, pois os livros estão agrupados pelo acaso e não pelo assunto.

Preservação do acervo são os cuidados tomados para que os livros tenham longa vida. Evitar comida na biblioteca é um dos mais importantes. Outro ponto importante é manusear os livros com cuidado. Retirar o livro da estante com a o polegar e o indicador e não puxando pela lombada. Entre outros.

6. Catálogos: tipos e referências
Catálogo é o local onde estão ordenadas as fichas catalográficas. Se for automatizado, então existirá apenas um.
Se for manual, existirá vários, cada um com um tipo de entrada diferente.
Existem dois tipos de catálogo manual: os do público, ou externos, e os auxiliares, ou internos. Os primeiros, como o nome indica, servem para o uso dos usuários da bibliotecas. Os segundos, para fins de uso interno pelo pessoal da biblioteca.
Em geral, ainda hoje, é possível encontrar nas bibliotecas três tipos de catálogo externo. De nome de autor, de título e de assunto. O catálogo de autor também pode ser chamado de catálogo onomástico. O de título, de catálogo didascálico. E o de assunto, catálogo ideográfico.

Esses catálogos podem ser organizados:
• Alfabeticamente
• Como um todo, com todas as entradas (autor, título e assunto) em um único catálogo, chamado de catálogo dicionário.
• Com três catálogos diferentes, um para cada tipo de entrada.

Ou podem ser organizados sistematicamente, com as entradas organizadas pelo número de classificação.

Já os catálogos internos podem ser:
• De identidade, organizado pelos nomes dos autores e entidades.
• De assuntos, organizado pelos assuntos dos livros.
• Catálogo de número de classificação
• Catálogo de séries e títulos uniformes
• Catálogo decisório, que organiza as decisões tomadas pela biblioteca concernentes à catalogação.
• Catálogo topográfico, que é o catálogo utilizado para fins de inventário da biblioteca, pois é organizado pela número de chamada dos livros.
• Catálogo oficial, que é uma réplica dos catálogos externos, mas inclui apenas o ponto de acesso principal.
• Catálogo de registro, para fins de controle do patrimônio da biblioteca. Atualmente, a maioria das bibliotecas utiliza o livro de tombo para isso.

7. Serviços aos usuários
Serviços aos usuários são os serviços prestados pela bibliotecas às pessoas que usam a biblioteca, os usuários.
Os usuários são basicamente de 2 tipos: os reais, que efetivamente usam a biblioteca e seus serviços; e os potenciais, que podem vir a usar a biblioteca. Cabe a biblioteca atender as demandas tanto dos usuários reais quanto dos potenciais. Para isso, ela oferece vários serviços, a saber.

7.1 Treinamento, orientação e consulta: Quando o usuário chega à biblioteca, principalmente aqui no Brasil, é um alumbramento, um espanto. Ainda tem muita gente, mesmo em cidades grandes, que nunca foi em uma biblioteca. Por isso, a maior parte da atenção de treinamento, orientação e consulta é voltada para ensinar essas pessoas a utilizar os recursos e serviços da biblioteca da forma mais completa possível. Isso vai desde de ensinar como encontrar um dicionário na organização das estantes da biblioteca até ensinar como fazer uma busca por ordem alfabética de uma palavra em um dicionário.
Bibliotecas universitárias se deparam com a necessidade constante de treinar e orientar os usuários,
especialmente os calouros (muitos dos quais estão indo pela primeira vez em uma biblioteca na universidade), no uso do sistema de gerenciamento de livros (como fazer uma busca por título, por autor, por assunto, como identificar a data, como saber se o livro está disponível, etc.) e depois de encontrar o livro no sistema, como encontrá-lo nas estantes.
É comum as bibliotecas oferecerem visitas guiadas, para uma ambientação inicial com os novos alunos.
Nas bibliotecas que não possuem sistemas informatizados, o treinamento para o uso do catálogo é essencial.

7.2 referência (ou serviço de referência): é o intermediário entre o acervo e o usuário. O usuário quando se depara com a biblioteca precisa de referência, por isso esse nome. (Para alguns autores, e eu concordo com essa linha de pensamento, todos os serviços voltados para os usuários estão dentro do serviço de referência. Mas isso é apenas a minha visão.) Afinal de contas, como encontrar a informação que você quer diante de um mundo de documentos? É preciso de ajuda.

O serviço de referência tem por base a 4ª lei de Ranganathan, e aproveito para colocar todas aqui:
1 – Os livros são para usar
2 – A cada leitor o seu livro
3 – A cada livro o seu leitor
4 – Poupe o tempo do leitor
5 – A biblioteca é um organismo em crescimento

Por poupar o tempo do leitor, entende-se se esforçar para que o tempo entre a solicitação do usuário ao sistema e a sua resposta seja mínimo. Para tanto, as bibliotecas cada vez mais investem em sistemas automatizados, por um lado, e em treinamento de pessoal, por outro.
O serviço de referência também pode ser feito à distância. O que dá mais comodidade ao usuário. Em geral, as bibliotecas oferecem telefone, para receber críticas e sugestões e tirar dúvidas, e e-mail ou formulários web para solicitações mais detalhadas. Neste caso, pode ser chamado de serviço de referência virtual ou digital.
Serviço de referência é o serviço responsável pelo atendimento do usuário na biblioteca. É, de forma simples, a ponte entre o acervo informacional da biblioteca e o usuário que pretende encontrar alguma informação ali. O primeiro trabalho sobre serviço de referência data de 1876, nos EUA. A origem do Serviço de Referência está diretamente ligada à urbanização e à industrialização, que fez com que as grandes cidades recebessem pessoas sem o mesmo grau de cultura e letramento daquelas que frequentavem bibliotecas até então. Isso fez com que os bibliotecários passassem a se preocupar em como atender melhor pessoas que muitas vezes sequer sabiam ler.

Dennis Grogan, um dos principais autores sobre o tema, coloca 8 etapas para o processo de referência, a saber:
O problema: o processo é iniciado com um problema que atrai a atenção de um usuário;
A necessidade de informação: explicitação do problema pelo usuário, seja por necessidade de conhecer e compreender, seja por curiosidade ou qualquer outro motivo;
A questão inicial: o usuário formula a questão e solicita auxílio do bibliotecário; inicia-se o processo de referencia, que compreende duas fases: a análise do problema e a localização das respostas às questões;(grifo nosso) 
A questão negociada: o bibliotecário solicita esclarecimentos sobre a questão inicial para atender
satisfatoriamente a necessidade do usuário;
A estratégia de busca: o bibliotecário analisa minuciosamente a questão, identificando seus conceitos e suas relações, para traduzi-la em um enunciado de busca apropriado à linguagem de acesso ao acervo de informações; a seguir, são escolhidos os vários caminhos possíveis para o acesso às fontes especificas para responder a questão apresentada.
O processo de busca: estabelecimento de estratégias flexíveis que comportem mudança de curso para otimizar a busca;
A resposta: para a maioria dos casos será encontrada uma resposta, porém isso não constitui o fim do processo, pois a resposta encontrada pode não ser a esperada;
A solução: o bibliotecário e o usuário devem avaliar se o resultado obtido é suficiente para finalizar o processo de busca.

7.3 Clipping (ou clipagem): É uma atividade que consiste em fazer leituras de jornais, revistas e periódicos em geral a fim de selecionar matérias de interesse para a instituição ou para os usuários individualmente.

7.4 Pesquisas e levantamentos bibliográficos: É uma das atribuições mais importantes da biblioteca e, mais nas bibliotecas especializadas, constitui boa parte das solicitações. Consiste em executar pesquisas para os usuários sobre temas específicos nas fontes de informação disponíveis às bibliotecas. Levantamento bibliográfico é um sinônimo para “o que tem sobre determinado assunto” ou “o que tem de determinado autor” na biblioteca. Isso é muito comum. O que tem sobre história do Brasil? Então será feito um levantamento bibliográfico a fim de identificar a bibliografia disponível na biblioteca sobre o tema, incluindo não apenas livros, mas artigos de periódicos e demais documentos.

7.5 DSI (disseminação seletiva da informação): É o serviço que leva a informação ao usuário, ou seja, dissemina a informação selecionada para a pessoa que precisa/deseja receber a informação.
Em geral, o usuário tem um cadastro na biblioteca em que indica seus interesses, e a biblioteca envia informações selecionadas para ele.

7.6 Empréstimo(Circulação): É o serviço de circulação dos exemplares (documentos) do acervo. Em geral, toda biblioteca tem um balcão de empréstimo/devolução, com sistema automatizado ou não, em que o usuário leva o livro que quer levar, preenche as informações necessárias, e leva o livro para casa durante o período permitido de empréstimo. Caso o usuário deseja ficar mais tempo com o livro, poderá renová-lo caso não esteja reservado, no caso de sistemas automatizados é possível fazer isso sem ir presencialmente na biblioteca.
E caso o usuário queira pegar um livro que está emprestado, poderá fazer a reserva do livro. Também aqui, em caso de sistema automatizado, a reserva pode ser feita pelo próprio sistema.

No próximo post será sobre Controle bibliográfico ISBN, Controle bibliográfico ISSN e Circulação do material bibliográfico.
Bons estudos!

0 comentários:

Postar um comentário